Em entrevista publicada na edição impressa e no site ontem, o jornal New York Times afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está de volta à linha de frente. A publicação norte-americana apresenta a postura de Lula diante do que diz ser um dos maiores desafios da história do PT: o julgamento do mensalão.
O jornal destacou as mudanças físicas por que passou Lula desde o tratamento para o câncer na laringe. Descreveu seu estado anímico e salientou que não ostenta mais a barba que construíram sua imagem desde o sindicato. Lula disse ao New York Times que enfrenta dificuldades no papel de mero personagem da história.
— Não é fácil saber como deve agir um ex-presidente — afirmou.
Sobre o mensalão, Lula repetiu o que tem dito: ele não acredita que um esquema de corrupção com pagamentos a deputados da base tenha existido. A publicação destacou ainda o episódio em que o ex-presidente supostamente assediou o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes pedindo para que o julgamento do mensalão fosse postergado.
Em outro ponto da reportagem, o New York Times ouve o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso — definido como de atuação política discreta pelo jornal — e suas impressões sobre o ex-colega de militância, já que os dois estiveram juntos no combate à ditadura militar nos anos 70. Para FH, Lula é "um encantador de serpentes".
Ainda na entrevista, Lula nega ter pretensões de voltar ao poder antes do fim de um suposto segundo mandato de Dilma Rousseff.
— Dilma é minha candidata e, se Deus quiser, será reeleita — afirmou.
Sobre a eleição de 2018, porém, afirmou que é difícil para qualquer político excluir as possibilidades de ser candidato. "Um sinal claro de que seu gosto pelo jogo político permanece inalterado", aponta o jornal.
— Política é a minha paixão — diz Lula, ao fim da reportagem.
O que disse o ex-presidente
A crise europeia
"Eu sei que a Europa não gosta quando damos nossa opinião sobre ela, mas quando a crise era aqui no Brasil, eles todos tinham algo a dizer"
"Vamos ser francos: Se a Alemanha tivesse resolvido os problemas gregos anos atrás, eles não teriam piorado. Eu já vi pessoas morrendo de gangrena porque eles não cuidaram de um problema na unha do dedão do pé"
O mensalão
"Se alguém for considerado culpado, ele deve ser punido. E se alguém for considerado inocente, ele deve ser absolvido"
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